29 de dez. de 2010

Pessoas com o gene da "vespertilidade" têm predisposição pra acordar tarde




Quem dorme até tarde demais geralmente recebe críticas de familiares e amigos, quem gosta de ficar na cama até a hora do almoço tem um motivo científico pra isso e é chamado de "o distúrbio do sono atrasado."

O assunto foi um dos temas abordados no 6º Congresso Brasileiro do Cérebro, Comportamento e Emoções, que aconteceu recentemente em Gramado.

O organismo humano tem um ciclo diário, de modo que os níveis hormonais e a temperatura do corpo se alteram ao longo do dia e da noite. Depois do almoço, por exemplo, o corpo trabalha para fazer a digestão e, conseqüentemente, a temperatura sobe, o que pode causar sonolência.

Quando dormimos, a temperatura do corpo diminui e começamos a produzir hormônios de crescimento. Se dormirmos durante a noite, no escuro, produzimos também um hormônio específico chamado melatonina, responsável por comandar o ciclo do sono e fazer com que sua qualidade seja melhor, que o sono seja mais profundo.

Pessoas vespertinas, têm o hábito de ir para a cama durante a madrugada e dormir até o meio dia, por exemplo, só irão começar a produzir seus hormônios por volta das 5 da manhã. Isso fará com que tenham dificuldade de ir para a cama mais cedo no outro dia e consequentemente acordar mais cedo. Como os hormonios são produzidos horas após que a pessoa dormiu os vespertinos por exemplo num dia que precisam acordar cedo se sentem exausto rapidamente ja nas primeiras horas do dia, mesmo dormindo durante a madrugada por volta de 4, 5.

O pesquisador Luciano Ribeiro Jr. da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especialista em sono, explica que esse distúrbio pode ser genético:

"Pessoas com o gene da vespertilidade têm predisposição pra serem vespertinas. É claro que fator social, rotina e educação também podem favorecer". 

Mas não se sabe ainda até que ponto o comportamento social pode influenciar o problema.

A questão, na verdade, é que o vespertino não se encaixa na rotina que consideramos normal e acaba prejudicado em muitos aspectos. O problema surge na infância. A criança prefere estudar durante a tarde e não consegue praticar muitas atividades de manhã. Na adolescência, a doença é acentuada, uma vez que os jovens tendem a sair à noite e dormir até tarde com mais frequência.
A característica vira um problema quando persiste na fase adulta.

"O vespertino é aquele que já saiu da adolescência. Pessoas acima de 20 anos de idade que não conseguem se acostumar ao ritmo de vida que a maioria está acostumada", diz Luciano.

Segundo ele, cerca de 5% da população sofre do transtorno da fase atrasada do sono em diferentes graus e apenas uma pequena parcela acaba se adaptando à rotina contemporânea.

O pesquisador conta também que, além do preconceito sofrido pelos pais, professores e, mais tarde, pelos colegas de trabalho, o vespertino sofre de problemas psiquiátricos com maior frequência: depressão, bipolaridade, hiperatividade, déficit de atenção são os mais comuns. Além disso, a privação do sono profundo, quando sonhamos, faz com que a pessoa tenha maior susceptibilidade a vários problemas de saúde: no sistema nervoso, endócrino, renal, cardiovascular, imunológico, digestivo, além do comportamento sexual.

O tratamento não envolve apenas remédios indutores do sono, como se fosse uma insônia comum. É necessária uma terapia comportamental complexa, numa tentativa de mudar o hábito, procurando antecipar o horário do sono. Envolve estímulo de luz, atividades físicas durante o dia e principalmente um trabalho de reeducação do sono, do sistema nervso central.

Fonte: Revista Galileu

2 comentários:

clique documental disse...

Nóooo Fê que fantástico.
Eu tenho muita dificuldade de acordar cedo, aff Maria!
Mas também não gosto de durmir de dia, muito raro isso acontecer!

Aqui ganhei 3 selinhos e vc é uma das minhas indicadas a recebê-los. Espero que curta o carinho.

Bjos fofos e feliz 2011!!!!

Anônimo disse...

Estou incluso, funciono sempre melhor a noite, minha vida é noturna, me chamam de vampiro e essas coisas, enfim... que legal fer.

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